Ela se
esqueceu de ser real. Naquela noite tudo o que trazia em mente eram pequenas
migalhas de uma luz que um dia brilhara forte. Sonhou demais. Subiu demais e
não viu a altura da montanha até chegar a borda. O limite.
Não calculou
bem, ignorou o GPS e até mesmo a velha bussola que ganhara do avô quando
pequena. Ficou cega. Puta euforia.
Não que fosse
burra, sabia das consequências de correr com muita sede ao pote, mas foi assim.
Inconsequente. Vendada. Cega.
Mas é na beira
do precipício que o estomago alarma. Que cada pelo do seu corpo se ouriça. É na
beira do precipício que a venda cai.
Antes ela do
que você.
Mas o que lhe
resta, jogar-se? Insana. Ou recuar, correr de volta a selva crua do mundo, sem
bussola, sem GPS. Lutar por ser outra vez. Quem sabe?
A gente sabe que a metáfora é boa quando te agonia.
ResponderExcluirHahaha bem divertido, acho que ao ler da pa sentir toda dinâmica do texto, não deixo de imaginar o tempo correndo fazendo tic-tac...
ResponderExcluirFora os conflitos que são mostrados, eu vi algo como um toque, alguém chamando o leitor para a realidade de que eles precisam se sensibilizar com as dificuldades dos outros, que as coisas que acontecem ao redor não podem ser ignoradas.
merece uma continuidade :)
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